Demência x 3 = 2050
O número de pacientes com mais de 40 anos e quadro demencial irá praticamente triplicar em todo o mundo e duplicar nos Estados Unidos até 2050, a menos que sejam tomadas medidas para tratar os fatores de risco, sugere uma nova pesquisa.
Os resultados de um estudo feito em 195 países e territórios estimam que, em 2050, a previsão seja que 153 milhões de pessoas tenham demência em todo o planeta – dos 57 milhões de pessoas em 2019. Nos Estados Unidos, espera-se que o número aumente 100%, passando de 5,3 milhões em 2019 para 10,5 milhões em 2050.
Este aumento é em grande parte impulsionado pelo crescimento e pelo envelhecimento da população, mas os pesquisadores observam que a expansão do acesso à escolaridade e a resolução de fatores de risco como a obesidade, a hiperglicemia e o tabagismo poderiam diminuir o aumento dos casos.
O estudo, o primeiro do seu gênero, prevê aumentos dos casos de demência em todos os países que participaram da análise. Espera-se que o aumento mais acentuado seja registrado na África do Norte, no Oriente Médio (367%) e na África Subsaariana (357%). Os menores aumentos serão nos países de alta renda da região do Extremo Oriente (53%) e na Europa Ocidental (74%).
Embora os EUA tenham ocupado a 37ª posição de menor aumento percentual entre todos os países estudados, "esse aumento esperado ainda é grande e exige atenção dos políticos e gestores", disse ao Medscape a copesquisadora Dra. Emma Nichols, pesquisadora do Institute for Health Metrics and Evaluation at the University of Washington in Seattle nos EUA.
Os achados foram publicados on-line em 06 de janeiro no periódico Lancet Public Health.
Prevalência da demência
Para o estudo, os pesquisadores utilizaram estimativas específicas da prevalência de demência de cada país do estudo Global Burden of Diseases, Injuries, and Risk Factors Study (GBD) 2019 a fim de projetar a prevalência da demência a nível mundial, por região do mundo e por país.